11/12/15

24 anos


Quando ainda era uma adolescente, imaginava que aos 24 já teria conquistado meio mundo: ínicio de carreira, casa, carro, namorado, quiçá um cão e um piriquito. É ambicioso, eu sei. Bem, o facto é que ainda não tenho tudo o que referi acima, mas terei. Mais importante ainda, tornei-me numa pessoa mais forte e melhor. Cliché, mas é a verdade. Nem todos os anos foram doces, alguns bem amargos até... contudo, o universo nestes últimos tempos tem-me sorrido. Há um ano atrás estava em Praga (feliz mas sem carteira, portanto completamente falida) e este ano estou aqui a celebrar com os meus. Porque no fundo, são eles que fazem isto valer a pena. Tudo aquilo em que me tornei... nunca teria conseguido sem a minha gente. 

É que sabem, a partir de uma certa idade as prendas deixam de ter tanta importância e o que prevalece são as pessoas. São as caras que ficam connosco, ano após ano, que contam. São os momentos. São as risadas e as trapalhices. 

Por isso... posso ainda não ter tido um início de carreira (será objectivo para 2016) nem um cão nem uma casa própria mas estou diferente, crescida e sempre com aqueles que mais amo ao meu lado. Acho que isso já é alguma coisa. 

Que venham mais anos e novos desafios.

14/09/15

Erros Ortográficos


Se há coisa que me causa urticária são os erros ortográficos. Reparem que há uma diferença entre lapso e erro ortográfico. Os lapsos são mais frequentes quando estamos cansados ou distraídos mas os erros... é serto que há errus e errus. Infelizmente á muita gente que gosta de pontapear a Língua Portuguesa. O meu preferido é aquele do: já comes-te? pensas-te? Meus queridos, a forma do passado - também conhecida por pretérito perfeito - escreve-se sem tracinho, sem hífen. Caso contrário, é como dizer: comes-te a ti próprio. Não, não me estou a querer armar em superior, simplesmente é frustrante olhar para jornais ou artigos na internet com errus destes. Vá, se ficaram golozos por mais: o pior está mesmo aqui. Em pleno supermercado. Lembram-se de mais algum tesourinho? 

( imagem retirada da net)

10/06/15

Night out

Isto de sair à noite e não poder beber álcool tem muito que se lhe diga. Sabem, meus queridos, é que ser chinesa tem um pequeno preço a pagar: sou intolerante ao álcool. Agora estão vocês a pensar: "Portanto, és fraquinha, não tens resistência à coisa". Não. Basicamente, se beber não morro, mas fico super vermelha (não é só coradinha) no rosto, no peito, nas mãos até; o coração acelera como se estivesse a correr meia maratona e fico a escaldar. Para me sentir assim, prefiro ficar quieta e não beber. 
Ora há uns dias atrás fomos celebrar o facto da C. ter acabado o estágio. Tomámos um café no Princípe Real e seguimos para o Bairro. Confesso que gostei bastante do ambiente e do cheirinho a erva e de pararmos a cada dois passinhos para cumprimentar alguém conhecido. Entretanto senti o estômago a dar horas e acabei por dividir uma tosta de frango divinal com a C. Em pleno Bairro Alto. 
Antes de irmos para uma festa no Lx Factory - festa essa que me convenceram a ir - passámos por um último bar para beber um shot. Já estava a ver os copitos ali em fila e perguntei à rapariga que nos servia:
- A... não têm aqueles shots de fruta?
- Não. 
Talvez vendo o meu ar pouco convencido, pôs no meu copo sumo de ananás. Claro que houve alguém que não ficou muito satisfeito.
- O quê? Vais beber sumo? - perguntou-me a minha melhor amiga. 
- Sim, C. Está num copo de shot, não está? Então pronto, é um shot.


Pois, estão a ver aquele líquido amarelo? Era o meu sim. Ainda tive de ouvir:
- Vês? O nosso é muito mais giro, olha tantas cores. 
Próximo destino: Conga club, Lx Factory. Nunca pensei em me rir tanto naquele ambiente descontraído. Em cima do balcão dançava um travesti com umas pernas mais jeitosas que as minhas. Como o B. - um amigo da C. super querido - disse: só homens bonitos. Não podia concordar mais. No fim da noite, o T. levou-me até à rua e avistámos um táxi. Ele estendeu o braço e o carro parou. 
- Leve a menina a casa em segurança - disse ele. 
Sorri-lhe. Não nos vemos muitas vezes, mas sempre que nos encontramos é sempre um amor de pessoa. E sim, o taxista fez muito bem o seu trabalho.

14/04/15

Say "cheese"!

                                                           Penélope Cruz

Nunca fui muito pessoa de tirar fotos, acho sempre que fico mal: seja a minha expressão, uma madeixa de cabelo caída, a boca semi aberta, enfim.
Lembro-me que quando fui para Praga olhei de soslaio para a câmara da C. Eram cinco da madrugada, ainda no aeroporto de Lisboa à espera de embarcar, e a miúda saca da máquina para nos tirar uma foto. Estava demasiado sonolenta para protestar, por isso alinhei. Mesmo quando lá chegámos, vi inúmeros turistas a fazerem poses para a câmara e a usarem os famosos selfie sticks. Confesso que houve alturas da viagem em que começava a sentir uma certa preguiça de tirar a minha Canon - o facto de estar um frio de rachar e ter de tirar a minha querida luva para carregar no obturador também não me motivava muito - e, depois de me ter certificado pelo canto do olho que a C. já estava a registar os nossos momentos, deixei-me ficar quieta a observar aquela cidade envolta num manto de nevoeiro. Soube-me tão bem olhar para nada, mas ao mesmo  tempo... para tudo. Às vezes, olhava para a C. e ela simplesmente sorria-me, sem nada dizer. Fiz o mesmo, com o coração eternecido. 

Há uns meses atrás resolvi pôr em prática uma ideia que tinha desde os tempos de liceu. Comprei um quadro de cortiça, pioneses, fui imprimir algumas fotos e pendurei na parede do quarto. Não podia ter ficado mais satisfeita com o resultado porque aquele quadro acabou por se tornar num pedacinho de mim. Óbvio que as fotos de Praga também lá estão. Como diz o Miguel Sousa Tavares: "... quando guardam para sempre um instante que nunca se repetirá, as fotografias não mentem - esse instante existiu mesmo." 

21/03/15

Veia de pintora?

Há uns anos atrás, fui passar férias com a M. em Cascais. Estava um dia mau para ir à praia e, por isso, decidimos ficar por casa. Para quem se torna numa lagosta com facilidade, soube bem dar uma folga à pele. Ainda assim, tivemos um dia diferente. Comprámos caixas de madeira e passámos o dia inteiro a pintá-las. Tinha eu 16 anos na altura e lembro-me que foi algo que me deu muito prazer e, no entanto, nunca mais voltei a fazê-lo. Até há umas semanas atrás. Ocasionalmente, ia pensando naquela tarde de Verão mas o tempo ia apaziguando a memória. Ou melhor, eu ia criando mil e um obstáculos: "Não vou estar a gastar dinheiro com tintas" ou "Credo, vou ficar com o quarto todo sujo" e ainda: "Que raio vou fazer depois com o que pintei?" Sete anos depois, encontrei as respostas. O material não é assim tão caro (e vida de trabalhador é muito diferente da de estudante) e quando acabo de pintar as coisas ou fico com a peça para mim ou ofereço a amigos. É gratificante ver o ar de surpresa no rosto deles. Quanto ao quarto sujo... bem, para uma pessoa que é naturalmente trapalhona não é fácil. Quando dou por mim já está um pincel manchado de tinta caído no tapete ou a manga do robe com uma pitada de verde. Mas vale tudo a pena. Muitas vezes, dou por mim a rir-me sozinha ao besuntar os dedos nas tintas. E, sem dúvida, que as minhas manhãs de folga ganharam um sabor diferente. 

26/02/15

Sobre mim



Tudo começou numa manhã de Dezembro onde nasceu uma bébé com uns pulmões fortes e vigorosos (ó se chorava, senhores!). 
Lisboeta de sangue, mas com uma educação asiática, fui grande parte da minha vida uma moça introvertida, tímida e má a Matemática. Aquele estereótipo de dizerem que os chineses são bons com números? Pois comigo não foi bem assim. Nem isso nem com desporto, portanto lá se foi a minha oportunidade de ir aos Jogos Olímpicos. 

A vida começou a sorrir-me à medida que fui entrando na minha fase adulta. Fiz alguns amigos que permaneceram comigo e, que mais tarde, se tornaram na minha família. Além disso, percebi que um dos meus propósitos de vida é escrever. Desde pequena que tenho a paixão pela escrita e pelo mundo das palavras, daí ter decidido criar este cantinho. É aqui que partilho convosco desse lado os meus devaneios e peripécias. 

A moça tímida deu lugar a uma mulher alegre e divertida, apaixonada por línguas estrangeiras, boas comidas, e claro... pela cidade de Lisboa.

Sejam bem-vindos :-)

10/02/15

Dias assim

Porque todos contam:

- o dia em que entramos na escola pela primeira vez. 
- o dia do nosso aniversário
- o dia em que damos o primeiro beijo 
- o dia em que passamos de ano na escola 
- o dia em que percebemos que estamos apaixonados 
- o dia em que percebemos que acabou tudo
- o dia em que passamos no exame de Código 
- o dia em que conseguimos a Carta de Condução
- o dia em que vimos o concerto do nosso artista preferido 
- o dia do primeiro "Amo-te" 
- o dia em que dizemos aquela pessoa aquilo que sentimos (tremendo!)
- o dia em que vamos sozinhos para a estrada pela primeira vez
- o dia em que saimos de casa dos pais 
- o dia em que largamos o nosso emprego 
- o dia em que vamos a praia pela primeira vez do ano


Há dias assim, marcantes. Lembram-se de mais algum? A parte boa é que vamos sempre acrescentando mais e mais dias. Lembrei-me de mais um agora: o dia em que decidi criar este blog. Onde vou partilhar os meus devaneios e peripécias. O meu nome é Catarina. Muito prazer. Fiquem aí desse lado, preparem-se para muitas gargalhadas e bons momentos. 
Devaneios Lisboetas. Com tecnologia do Blogger.

Vamos devanear?

devaneioslisboetas@gmail.com

Acerca de mim

A minha foto
"Eu desejava dizer muitas coisas à rapariga que roubava livros, acerca de beleza e brutalidade. Mas o que podia eu dizer-lhe acerca dessas coisas que ela não soubesse já? Queria explicar-lhe que estou constantemente a sobrestimar e a subestimar a raça humana - que raramente me limito a estimá-la. Queria perguntar-lhe como podia a mesma coisa ser tão horrível e tão gloriosa, e as suas palavras e histórias tão nefandas e tão brilhantes", Mark Zusak em " A Rapariga que roubava livros"

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