23/10/16

Skydive

O despertador tocou às sete horas em ponto. Lá fora, estava escuro como a breu e roguei uma praga por não me ter ido deitar mais cedo na véspera. Acabei por arranjar coragem para sair da cama e ir a Évora SALTAR DE PÁRA-QUEDAS. Sinceramente, acho que ainda não conseguia acreditar que o grande dia chegara, por fim. No geral, sentia-me bastante tranquila. Ora dormitava na viagem, ora lia ou devaneava. 

Chegámos ao aeródromo por volta das onze da manhã. Preenchemos a papelada e aguardámos, pois tínhamos duas pessoas à nossa frente. Digamos que essa espera não ajudou mas os nervos só começaram a aparecer quando nos fomos equipar. É importante ressalvar que a equipa foi brutal. Super simpática, punham-nos à vontade e explicaram todo o procedimento da coisa.

Quando íamos a entrar para o avião é que caí na realidade e só pensava para mim: "Porquê, Catarina??? Porque é que te foste meter nisto?". Para quem adora andar de avião, como eu, os vinte minutos seguintes foram uma maravilha. Ver a cidade de Évora de cima vale muito a pena, sem dúvida. Estava eu bem mais relaxadaa conversar com os instrutores e o meu melhor amigo, quando o grande momento chegou. A porta do avião abre-se e temos de nos atirar para aquele vazio. O frio cortava-me o rosto, via um sol tímido a tentar penetrar todas aquelas nuvens. No segundo a seguir estava a cair do céu. É uma sensação incrível, é algo que se deve fazer pelo menos uma vez na vida.










Não me interpretem mal, eu estava borrada de medo. E, durante os primeiros segundos, achava mesmo que ia perder os ténis porque pareciam que me iam cair dos pés. Contudo, todo o salto foi de suster a respiração e cheio de adrenalina. Valeu mesmo a pena. E estava grata por ter o meu melhor amigo ao meu lado em mais um desafio. 

Podem conhecer mais sobre o sítio e toda equipa fantástica aqui

02/10/16

Donna


aqui falei desta série e volto a referir. É das melhores que já vi nos últimos tempos e uma das minhas personagens preferidas da série Suits é a Donna. Para quem não conhece, a Donna é uma mulher lindíssima sem papas na língua, perspicaz, profissional, meiga e preocupada com o outro. Sabe sempre o que deve (ou não) fazer. Claro que tem os seus momentos de fraqueza, mas sem dúvida que é um furacão com um coração de manteiga. 

Se há coisa que aprendi até há pouco tempo, é que não temos de ser uma Donna 365 dias do ano. Que não há problema em, de vez em quando andar mais vulnerável, de não saber o que fazer em algumas situações ou de simplesmente ir abaixo. Não nos torna menos "Donna" apenas revela que somos fortes, mas não de ferro. Por isso, se houver momentos em que te apetece gritar "porra para esta merda" e partir algo é perfeitamente natural. 

Também faz parte. 

29/08/16

Telepatia feminina


 Num café com um casal amigo, que em breve irão ser papás:

A rapariga: - Querido, não queres ir buscar alguma coisa para comer? 
O rapaz: - Hum, o que há para comer?
A rapariga: - Então, há um bolo que se chama ..... (não me recordo do nome), há um brownie e empadas de galinha. 
O rapaz: - O que leva esse bolo, sabes?
Eu: - Oh, por amor de deus, não é óbvio que ela quer uma empada de galinha? Vai-lhe lá buscar, se faz favor.

Isto de termos trabalhado todos juntos tem muito que se diga e recordo-me  da minha amiga comer empadas de galinha nas horas de pausa, algo que ela simplesmente adora. Por isso, não foi díficil ler nas entrelinhas. Recebi um: "Oh" enternecido como resposta da parte dela

Parece quase telepatia, hem? :-)

05/08/16

Um ano


Lembro-me tão bem deste dia há exactamente um ano atrás e da pilha de nervos em que me encontrava. Mas, no fim, acabei com o coração a rebentar de alegria quando  passei no exame de condução. Na mesma noite segui para o Algarve (só para ser desmancha-prazeres fui de autocarro) e tinha o meu melhor amigo à espera na estação. Assim que entrei no carro, vi uma caixa de kinder hippo e um gelado à minha frente. Soube-me a vitória mas, acima de tudo, a liberdade. Acreditem, tirar a carta de condução foi um grande desafio para mim e só o facto de não ter desistido, por si só, já significou muito. 

É obvio que continuo a conduzir mal e porcamente, bom, quer dizer... já progredi bastante e ainda faço uma festa quando consigo estacionar de lado à primeira, mas não é mentira nenhuma quando dizem que só aprendemos a conduzir lá fora. Grandes sustos que já apanhei mas aqui estou eu para contar a história :-) 

Podem ler o post do ano passado aqui.

28/06/16

Terapia com a bestie

Sabem, a meu ver, a melhor amiga (ou melhor amigo, claro) é uma peça fundamental na vida de um mortal. Eu, por natureza, sou um pouco stressada e a minha princesinha é um poço de calmaria - acreditem, para ela se enervar é porque a coisa está mesmo agreste. Ou quando estou em baixo, estar com ela deixa-me mais tranquila. Afinal, ela é das poucas pessoas com quem posso dizer tudo aquilo que me vem à cabeça. Mesmo quando não digo, ela sabe o que estou a pensar - pior que uma telepata. 



Após quase dois meses sem nos vermos, passámos o domingo na praia. Eis o que aconteceu.

Ela: - Vou ali ao café. Precisas de alguma coisa?
Eu:  - Não, mas daqui a nada se calhar vou comprar uma garrafa de água. Estou cheia de sede.
Ela: - Eu tenho aqui água, se quiseres. Deve estar morna, mas pronto.
Eu:  - Pois eu já bebi. Está quente e sabe a plástico.
Ela: - Que lata!! Nem sequer pedes - disse boquiaberta.
Eu:  - Então, somos família. Nem sequer me lembrei de pedir. 

De seguida, ela pega na garrafa dela e bebe um gole de água e diz:

- De facto sim, está muito quente e sabe mesmo a plástico. 

Dez anos disto, senhores. A minha vida nunca mais foi a mesma :-) Ah, e saí da praia com um belo de um escaldão. Quando contei ao meu colega de casa que chegámos lá ao meio dia ele soltou uma gargalhada, dizendo: "- Ao meio dia?? Pois, aí nem com a fábrica da PizBuin ao pé de ti, queimavas-te à mesma..." Verdade.

18/06/16

Suits


 Depois de Once Upon a Time e Orphan Black, eis que finalmente encontro uma série que me prende ao ecrã. As críticas são bastante boas e... rendo-me completamente aos homens de fato! Sim, é uma pequena tara que tenho, o que querem? :-) Na minha cabeça, todos os homens ficam lindos de fato (99%deles, vá) e estes não são excepção, especialmente o Mike Ross.

Claro que em termos de Direito sou um pouco leiga (assim só um bocadinho) e escapam-me algumas coisas, mas não há nada como começar a aprender.

Recomendo vivamente. Para quem não conhece, podem ver o trailer aqui.

11/06/16

***

 
Há dias em que te sabe pela vida saberes que não estás sozinha. É como se tivesses um co-piloto na tua vida para te dar uma mãozinha na altura certa. Sabe tão bem.

28/04/16

Overnight Oats




Durante muitos anos, comia sempre leite com cereais ao pequeno almoço. Depois de ter decidido mudar alguns hábitos alimentares - sendo um deles reduzir o açúcar - resolvi variar. A quantidade de açúcar que existem em algumas bolachas e iogurtes deixa-me parva. 

Andei à procura de receitas e uma das minhas  favoritas é o célebre Overnight Oats. Basicamente, num frasquinho - eu usei o frasco do mel que entretanto acabou - basta juntar três a quatro colheres de sopa de leite, duas colheres de sopa de flocos de aveia, um iogurte natural e a fruta que desejarem. Por fim, polvilhar com mel e canela a gosto e guardar no frigorífico durante a noite.

Claro que esta conversa de ser saudável é muito bonita e eu até consigo comer mais peixe e legumes e beber muita água, mas quando chega o chocolate... isso já é outra história :-)

 Podem ver a receita aqui.  

25/04/16

Peripécias com a minha bestie




Estacionei o carro e liguei à minha melhor amiga.

- Estou aqui à frente do teatro. A tua casa não é muito longe daqui pois não?

Admito que o meu sentido de orientação nunca foi o melhor. Já fui a casa dela algumas vezes de carro  mas por um caminho diferente e portanto fiquei na dúvida. 

- Não. Como vens a pé, é só desceres a rua e depois viras à direita.

Se isto fosse uma conversa normal entre duas amigas, a coisa acabaria aqui maaas..... como eu sei que ela sofre de uma ligeira dislexia para distinguir a esquerda da direita (sim, meus queridos, está mesmo cientificamente comprovado que isso existe), vacilei.

- Tens a certeza que é para virar à direita

- (pausa) Ahhhh não. Esquerda, até porque nem consegues virar à direita.

Nem vos conto como foi a nossa viagem em Praga.

15/04/16

O homem do jogging


Um tempo dos diabos. Saí para ir trabalhar a rogar uma praga ao vento que ameaçava virar o meu guarda-chuva. Levava comigo a farda num saco de papel vermelho (do género dos sacos da Primark, estão a ver?). Estava consumida no meu mau humor, quando de repente passa por mim um homem a fazer jogging à chuva. O que me chamou a atenção não foram os seus peitorais que tão bem se destacavam por baixo da t-shirt ensopada, mas a sua expressão. Caminhava com um sorriso no rosto e distraído nos seus devaneios, enquanto recuperava o fôlego. Segundos depois, voltou à corrida. 

Secretamente desejei ser como ele. Olhei para as pessoas à minha volta e algumas estavam a travar a mesma batalha que a minha, com o seu chapéu. Alheias ao que se passava à sua volta. Desejei largar tudo e correr tal como o homem que passara por mim, deixando a chuva tomar conta do resto. Claro que o bom senso e o meu lado racional não me permitiram fazer isso, mas sinceramente… mais valia tê-lo feito.

Cheguei ao trabalho encharcada e com as calças de ganga tingidas de vermelho. Sabem, é que papel vermelho, vento e chuva não são DE TODO uma boa combinação. No entanto, a cena do jogging não me saía da cabeça. Assim que regressei a casa, pus mãos à obra e continuei a trabalhar com afinco nos meus projetos. 

O homem que vi hoje foi como um pequeno lembrete que a vida me deu.  Algum dia vais ter de começar a fazer algo por ti. A vida passa a voar e não é agradável olhar para trás e ver que ela te passou ao lado. Que passaste a vida a lutar contra um chapéu quando se calhar também poderias andar a correr feliz à chuva. Falo por experiência própria. E é natural sentir medo e insegurança, ainda hoje de manhã criei uns dramas na minha cabeça dignos de uma novela da TVI. Ah, e falta também acrescentar a frustração. São precisos mil passinhos para obter um resultado - sem garantias de que seja um bom resultado. Mas vale a pena tentar, garanto-te. Por ti.
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"Eu desejava dizer muitas coisas à rapariga que roubava livros, acerca de beleza e brutalidade. Mas o que podia eu dizer-lhe acerca dessas coisas que ela não soubesse já? Queria explicar-lhe que estou constantemente a sobrestimar e a subestimar a raça humana - que raramente me limito a estimá-la. Queria perguntar-lhe como podia a mesma coisa ser tão horrível e tão gloriosa, e as suas palavras e histórias tão nefandas e tão brilhantes", Mark Zusak em " A Rapariga que roubava livros"

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